domingo, 19 de dezembro de 2010

Simplesmenthe a Magia


          Dezembro sempre é um mês de finalizações, balanços, mas também aquele mês em que pensamos nos projetos e sonhos novos ou renovados. Com isso, sinto que há uma estranha magia no ar!
          Recordo com saudades que na minha infância, nestas ocasiões, costumava conversar e brincar com amigos invisíveis.
          Crianças possuem um espetacular sentido aberto de imaginação e magia, porque não tem todos os envolvimentos, críticos nem mentais, nem sociais ou religiosos que possam silenciar a consciência. Assim, brinquei muito com amigos ocultos que me entendiam, me aconselhavam, riam comigo e também choravam quando eu estava triste. As crianças de hoje em sua maioria não possuem esses amigos. Agora, tem jogos, amigos eletrônicos no Orkut, MSN, o lúdico, o imaginário, isso tudo acabou... As próprias escolas hoje em dia, não mais ensinam “Música” e muito menos “Arte” afinal é muito mais importante concentrar o aluno no estudo da matemática,  das ciências. Magia, fantasia, e imaginação são futilidades e não podemos “divagar” e muito menos “sonhar acordados.” Assim, se alguém ousar passar alguns instantes no mundo do “faz-de-conta” é severamente repreendido.
          O tempo foi passando e ao longo dos anos fomos nos afastando de todas as energias multidimensionais que ajudaram a criar nesse planeta, o mágico, o encantado, o divertido. Ficamos então num mundo totalmente sem imaginação, sem criatividade, um mundo extremamente chato.
          Onde ficou o tempo que inventávamos nossos brinquedos? Aonde estacionamos nossos carrinhos de rolimã? Onde escondemos os quintais cheios de árvores que podíamos subir e brincar de Tarzan e Jane com os primos nas férias? E as latinhas com barbantes que serviam hora como telefones e em outros momentos como carrinhos que puxávamos felizes? E os móveis da casinha das bonecas (confeccionadas de restos de tecidos dos nossos vestidos, pelas mãos maravilhosas das nossas avós), móveis estes feitos de caixinhas de fósforos vazias, que aguardávamos ansiosamente para podermos completar a mobília? Onde ficou toda a magia das fadas, dos gnomos, das salamandras e ondinas? Onde deixamos nossos sonhos, visões e imaginação?
          É, será que se esqueceram de contar que estarmos conscientes das energias que nos rodeiam -as visíveis e as invisíveis- é nosso estado natural de ser? Porque hoje ouvimos nossa juventude rir e dizer que não sentem nada, não vêem nada, não ouvem nada. Claro que não, essa liberdade de imaginar, sonhar, sentir, vivenciar ficou embotada, trancada mesmo por longo tempo, tanto tempo que agora temos apenas fraca e distante memória de vidas e/ou momentos em que interagimos com esses seres mágicos.
          O que temos hoje para nossas crianças? Um monte de ordens, regras, leis, regulamentos. Aulas de todo o tipo para preencher o tempo e não deixá-los “imaginando” coisas.
          A falta de tempo, imaginação, e magia não está fazendo bem ao ser humano. É causa de estresse, e até mesmo desequilíbrio energético, emocional e mental!
          É hora então de fazer a diferença em nossas vidas, e assim, na vida de nosso querido Planeta. Hora de trazer de volta novamente a magia, a imaginação, a brincadeira. Vamos fazer a diferença e assim mostrar aos nossos netos – já que aos filhos não lhes demos esta chance – que deixar a imaginação expandir sem resistência ou timidez, não nos faz loucos e quem sabe poderemos entrar em contato com seres mágicos que estarão voltando para nossas vidas. Então, afinal, o que é realmente mais louco, fingir que não há nada além dos nossos sentidos, ou brincar com o que realmente está lá?
          Como diz a musica que o Ney Matogrosso canta: - ”louco é quem me diz que não é feliz, NÃO é Feliz!”

          Um Natal de muita luz e paz pra vocês!
          Que em 2011 vocês se permitam  brincar, sonhar, imaginar cada vez mais!
          NAMASTÉ!         
          (cumprimento indiano que significa: O Deus que está em mim, saúda o Deus que está em você!)