segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A crença de que a felicidade é um direito

   Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se
tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando
para virar gente grande, percebo que estamos diante da
geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais
despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades,
despreparada porque não sabe lidar com frustrações.
Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia,
despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque
conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque
desconhece a fragilidade da matéria da vida.
   E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a
acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi
ensinada a criar a partir da dor.
   Há uma geração de classe média que estudou em bons
colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior
e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve
muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a
ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria
apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de
trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um
pai ou uma mãe complacente, que tudo concede.
   Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que
queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não
acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e
boa parte se emburra e desiste.
   Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e
adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada
de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para
conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito.
   Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos.
   Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia
a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os
insistentes. Por que boa parte dessa nova geração é assim?
Penso que este é um questionamento importante para quem está
educando uma criança ou um adolescente hoje.
   Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade
é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de
muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que
fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de
todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização
nem reciprocidade É como se os filhos nascessem e
imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes,
frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal.
   Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante
que os filhos compreendam como parte do processo educativo
duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a
falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento?
   Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os
limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades
individuais? Nossa classe média parece desprezar o esforço.
Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce
pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa.
   Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado
com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou,
passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de
Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais.
   Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C,
que ainda precisam assegurar seu lugar no país. Da mesma
forma que supostamente seria possível construir um lugar sem
esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível
viver sem sofrer.
   De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e,
como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao
futuro que deveria estar garantido.
   Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade
é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma
pista para compreender a geração do “eu mereço”.
   Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de
espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é
como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda
para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente.
Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm
o menor preparo para lidar com a dor e as decepções.
Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações
– e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo
o que quer. A questão, como poderia formular o filósofo
Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a
vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não
fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece
deixando nenhum chão.
   Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce
ou deveria crescer – este momento é apenas quando a
condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no
confronto com os muros da realidade.
   Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos
espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias
por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do
pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir
aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar
de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado?
Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos
espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo,
porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto
familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
   Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém
está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas
e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar.
E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais
cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo
o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que
ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
   Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque
existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de
relação pais e filhos podem ter?
   Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o
sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se
a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem,
passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas
materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais
cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que
sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na
própria pele dia após dia.
     É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se
desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém
pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar.
E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o
jogo funcionando.
   O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver
uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão
perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro
de desencontros  anunciados. E mais sofrem porque precisam
fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que
se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a
frustração que move, mas aquela que paralisa.
   Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta,
com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto,
percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a
realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem
tem coragem.
    Não é complicado porque você vai ter competidores com
habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar
aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso
pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É
viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas.
 Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
   Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão
importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um
Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre
poderá contar comigo, mas essa briga é tua”.
     Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é:
“Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com
medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando
descobrir”.
   Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode
significa dizer ao seu filho que você não confia nele
nem o respeita, já que o trata como um imbecil,
incapaz de compreender a matéria da existência.
   É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para
que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho
merece tudo simplesmente por existir, paciência.
    De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que
vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia.
   O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de
lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo – seja a de abrir mão
dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo,
porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir
para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
   Crescer é compreender que o fato de a vida ser falha
não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o
que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo
injustiçado porque um dia ela acaba.

Texto de
ELIANE BRUMJornalista, escritora e documentarista.
Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem.
É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios),
A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007)
e O Olho da Rua (Globo).

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Refletindo.....



   

      A miopía da maioria das pessoas costuma espantar-me.Tenho muitos conhecidos que se sentem diariamente obcecados pela educação de seus filhos, qual o melhor jardim de infância, se devem preferir escolas particulares ou públicas, quais os melhores cursos pré-vestibulares,  maximizando a importância das notas obtidas e das atividades extracurriculares de modo a conseguirem matricular o filho naquele colégio, naquela universidade, ad infinitum. Depois, começam o mesmo ciclo em relação aos netos.

      Essas pessoas acham que este mundo está imobilizado no tempo e que o futuro será uma reprodução do presente.

     Se continuarmos a derrubar as nossas florestas e destruir as nossas fontes de oxigênio, o que essas crianças estarão respirando daqui a 20 ou 30 anos? Se envenenarmos nossos recursos hídricos e nossos ciclos de alimentos, o que elas irão comer? Se continuarmos cegamente a produzir fluorcarbonos e outros detritos orgânicos e a destruir a camada de ozônio, poderão elas viver ao ar livre? Se superaquecermos o planeta mediante algum efeito estufa, fazendo subir o nível dos oceanos, e inundarmos as nossas praias e exercermos pressão excessiva sobre as falhas oceânicas e continentais, onde elas irão viver? E os filhos e netos, na China, na África, na Austrália e no resto do mundo, serão igualmente vulneráveis, pois também vivem neste planeta.
     Convém pensar nisto: se e quando reencarnarmos seremos uma dessas crianças.
     Portanto, por que toda essa preocupação com vestibulares e universidades quando talvez não exista um mundo para os nossos descendentes?

     Por que essa obsessão com o prolongamento da vida? Por que desejar fazer estender nosso fim geriátrico por mais alguns anos infelizes? Por que a preocupação com níveis de colesterol, dietas de trigo integral, contagem de lipídios e exercícios aeróbicos?

     Não será mais sensato viver com alegria agora, tornar mais pleno nossos dias, amarmos e sermos amados, do que nos preocuparmos tanto com nossa saúde física em um futuro incerto? E se não houver um futuro? E se a morte for a nossa libertação para a felicidade?

     Não estou dizendo que devemos desprezar o corpo, que seja certo fumar ou beber excessivamente, usar substâncias abusivas ou ficarmos grosseiramente obesos. Essas condições nos causam dor, sofrimento e incapacidade. Mas não se preocupem tanto com o futuro. Tratem de encontrar a felicidade hoje.

     A ironia de tudo isso é que, se adotamos essa atitude e procurarmos ser felizes no presente, provavelmente viveremos mais tempo.

     O nosso corpo e a nossa alma são como um carro e o seu motorista. Lembre-se sempre que você é o motorista, não o carro. Não se identifique com o seu veículo. A ênfase de hoje em prolongar a duração da vida, em viver até os 100 anos de idade ou mais, é loucura. É como continuar a usar seu Ford antigo além dos 300 mil ou dos 500 mil quilômetros. A carroceria do carro está enferrujando, a transmissão já foi reformada cinco vezes, as peças do motor estão caindo, e você insiste em não abandonar o carro. Enquanto isso, há um Mustang novo em folha esperando por você, bem perto de você. Basta-lhe sair do carro velho e entrar nesse belo Mustang. O motorista, a alma, nunca muda. Somente o carro.

     E quem sabe se existe uma reluzente Ferrari esperando por você em algum ponto da estrada?
                
Texto extraído do livro de Brian Weiss - Só o amor é real
                                

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A SEXALESCÊNCIA



    Se observamos com cuidado podemos detectar o surgimento de uma
camada social que antes não existia: as pessoas que hoje estão na faixa
dos sessenta anos, ou seja, A SEXALESCÊNCIA.

    É uma geração que aboliu do dicionário a palavra "sexagenário",
porque simplesmente não tem entre seus planos atuais a possibilidade de
envelhecer. Trata-se de autêntica novidade demográfica parecida ao
surgimento, em seu momento, da "adolescência",  que também foi uma
camada social nova que surgiu em meados do Século XX, para identificar
a um contingente de crianças ultrapassadas dos limites, com corpos
crescidos, que não sabiam até então como colocar-se, nem como
vestir-se.

     Este novo grupo humano que hoje ronda os sessenta ou setenta,
levou uma vida razoavelmente satisfatória. São homens e mulheres
independentes que trabalham há muito tempo e conseguiram mudar
o significado tétrico que tanta literatura imprimiu, durante décadas,
ao conceito do trabalho.Longe dos tristes escritórios de J.C. Onetti
ou Roberto Arlt, estas pessoas buscaram e encontraram, há tempos,
a atividade que lhe dava mais prazer e ganharam a vida com isso.
Supostamente deve ser por isso que se sentem plenos; alguns nem
sonham com aposentar-se.

     Os que já se aposentaram desfrutam com plenitude de cada um
de seus dias, sem temer o lazer ou a solidão.  Desfrutam do lazer, 
porque depois de anos de trabalho,  criar filhos, carências, 
dificuldades e sucessos fortuitos, lhes apetece ver o mar com a mente
vazia ou ver voar uma pomba desde o quinto andar do apartamento.

     Dentro desse universo de pessoas saudáveis, curiosas e ativas, a
mulher tem um papel brilhante.  Ela traz décadas de experiência  de
fazer sua vontade, quando suas mães só podiam obedecer e de ocupar
lugares na sociedade que suas mães nem haviam sonhado ocupar.
Esta mulher sexalescente pode sobreviver à embriaguez de poder
que lhe deu o feminismo dos anos sessenta,  naqueles momentos de
sua juventude nos quais as mudanças eram tantas, que necessitou
parar e refletir sobre o que queria em realidade. Algumas foram viver
sozinhas, outras fizeram carreiras que sempre haviam sido masculinas,
outras escolheram ter filhos,  outras escolheram não tê-los, foram
jornalistas, atletas ou criaram seu próprio "EU, S.A.". Mas cada
uma fez sua vontade.
     Reconheçamos que não foi um assunto fácil e todavia o estão
desenhando quotidianamente. Mas algumas coisas já se podem dar
por conhecidas, como por exemplo: que não são pessoas paradas
no tempo; as pessoas de "sessenta ou setenta",homens e mulheres,
manejam o computador como se o houvessem feito toda sua vida.
Se escrevem e veem aos filhos que estão longe, e até se esquecem
do velho telefone para entrar em contato com seus amigos, e lhes
escrevem e-mails com suas idéias e vivências.
       No geral, estão satisfeitos de seu estado civil, e se não estão,
não se conformam e procuram mudá-lo. Raramente se desfazem em
um choro sentimental, à diferença dos jovens.Os sexalescentes
conhecem e ponderam todos os riscos.Nenhum se põe a chorar quando
perde, mas reflete, toma nota e ...parte pra outra.
     As pessoas mais velhas compartem a devoção pela juventude e
suas formas superlativas, quase insolentes, de beleza,   mas não se
sentem em retirada.  Competem de outra forma, cultivam seu próprio
estilo. Eles, os homens, não invejam a aparência de jovens astros do
esporte, ou dos que exibem um traje Armani, nem elas, as mulheres,
sonham com ter a figura esbelta de uma top model.   Em lugar disso
sabem da importância de um olhar de cumplicidade, de uma frase
inteligente ou de um sorriso iluminado pela experiência.

      Hoje as pessoas de 60 ou 70, como é seu costume,  está estreando
uma idade que ainda NÃO TEM NOME. Antes, os dessa idade eram
velhos e hoje  já  não  são. Hoje estão  física e intelectualmente plenos.
Recordam a juventude, mas sem nostalgia, porque a juventude também
está cheia de altos e baixos, e eles sabem. As pessoas de 60 e 70 de
hoje celebram o Sol de cada manhã e sorriem para si mesmas,
constantemente...talvez por alguma razão secreta que só sabem e
saberão os do Século XXI.
                                                                 Desconheço a autoria

Diversas vezes, deixei de postar textos aqui, por não saber a autoria
dos mesmos.
Decidi então, postar, colocando "Desconheço a autoria" mas se
algum dos leitores souber... peço a gentileza de me avisarem que,
imediatamente colocarei o autor.
Desde já, agradeço. Com carinho

sábado, 12 de novembro de 2011

Se DEUS tivesse falado......

             
       Para de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é  que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes,  cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

       Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo  construíste e que acreditas ser a minha casa.   Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas  praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

       Para de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo  mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu  amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te  fizeram crer.

        Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver  comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de  teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum  livro!

           Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

           Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me  irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

           Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de  necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar  se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres  como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar  para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto  da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

          Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são  artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em  ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A  única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu  estado de alerta seja teu guia.

          Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem  um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há  aqui e agora, e o único que precisas.

         Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há  pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.

        Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

        Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um  conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única  oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há  nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te  divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

       Para de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim.Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas  em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando  acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

       Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato?  Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o  jeito de me louvar.
       Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te  ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás  vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de  mais milagres? Para que tantas explicações?

       Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que  estou, batendo em ti.
                                                                                                                     Desconheço a autoria




segunda-feira, 23 de maio de 2011

Receita de Vida... em fotos...

Quem me acompanha, já sabe de quem se trata.
Essa FIGURA excepcional de quem procuro seguir exemplos constantemente.
Patricia Eugenia Guardiola Meinhardt !!!
Minha tia, 89 anos de pura alegria e superação!!! Novamente na Maratona -
a rustica - em Porto Alegre- 10 km - Acompanhada  por 2 de seus filhos,
Enéas Guardiola Meinhardt, que foi de Curitiba, para acompanha-la, e
Nelson Guardiola Meinhardt, que acabara de sair de um plantão médico...


Conseguem observar a "carinha de sapeca" e de satisfação, ao cruzar a linha de chegada?
E os filhos, orgulhosos, aplaudindo o feito?
Não verão com certeza, a emoção da neta, Ana Meinhardt (filha de Nelson)
por estar ela atrás da câmera, fazendo essas fotos...
Nem tampouco a minha emoção, aqui distante, tentando repartir, um pouquinho desse
momento com voces.

Este, é o momento só dela...
Agradecimento e fé, por tudo que tem recebido!
Nada de graça...com certeza, pois é plantando de colhemos.....


Esse "tiauzinho" é prá nós... PRÁ MIM,  prá voce,  prá todos...
demostrando um pouquinho da sua alegria em viver.


Recebendo a Medalha das mãos do filho Dr. Nelson.
Palavras finais..." A promessa de no ano que vem,
2012, com 90 anos, diminuir o tempo do percurso!
PODE?!?...
Então.... vamos treinar  Enéas!
Vamos treinar Nelson!
ACORDA GENTE!


domingo, 22 de maio de 2011

Diferença entre Religião e Espiritualidade

.

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: "aprenda com o erro".
A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!

A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.

A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.
A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.
A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.
(AUTOR DESCONHECIDO)

sábado, 30 de abril de 2011

O que dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar!



Início da Maratona

     Existem momentos em nossas vidas, que são guardados
 em um compartimento especial, na memória e no coração,
 onde acessamos cada vez que deles necessitamos recordar,
 e assim vivenciamos novamente. São momentos únicos, são
 momentos mágicos!

     Compartilhei de um desses momentos especiais, com uma
 turma pra lá de persistente,unida,bem humorada,companheira
e leal,a poucos dias A 5ª Maratona de REMO de Cachoeira
 a Porto Alegre.

    Antes de contar qualquer coisa,  preciso informar a quem lê
este espaço que essa Maratona foi inicialmente realizada por
 nossos pais, atletas remadores, em 1940, quando tinham em
 média vinte e poucos anos...

      Preciso contar também que nasci em uma família um pouco...
como direi ...."diferenciada", onde aprendemos que "sonhar"
é necessário para viver, que unidos, com`bom humor e
camaradagem tudo na vida dá certo, basta querer; e onde
qualquer reunião, é motivo de comemoração... nem
que seja para festejar novamente, o aniversário do
ano passado!

     Então... meus primos, reunidos em uma de suas memoráveis
 noites de bate papo, resolveram reeditar o feito de nossos pais,
 para homenageá-los e relembrá-los, 70 anos depois, sem serem
 atletas e com a faixa etária média de 50 e muitos anos.

     Idéia tida,idéia discutida,idéia aceita,preparativos acelerados
para tudo sair a contento,e claro com três "s" da maior
importância: Segurança, Seriedade e Sucesso.
     Outros companheiros acreditaram e se uniram a eles para a
empreitada .Outros barcos surgiram e olhem só: 70 anos após,
um "gig" só de mulheres.- Sim, diferentemente de 1940, hoje,
também  mulheres remam  e não só  "timoneiam" como na época
de nossos pais, que treinavam e tinham no timão, várias vezes, a
presença da mana Patricia, AQUELA Patricia que em texto
anterior neste blog, conto outra história de garra e persistência
como Maratonista aos 88 anos.,.
     Pela primeira vez também, 2 skiffs fariam junto o percurso.

    Aqui é necessário um adendo: Como teríamos um dos Gigs só
de mulheres,os primos, de última hora, arregimentaram Bárbara,
(neta e sobrinha-neta daqueles de 1940), idade 24 anos,ciclista e
fisioterapeuta, que em 01 hora de treino, tornou-se a mais jovem
 "remadora"  da  família e consequentemente, da Maratona.

     .Marcada as datas, 31, 01 e 02.04.2011, fui comunicada do
 fato já que moro distante deles só 3.000 poucos km.  Resolvi
que iria "participar" (rsrs), pelo menos, para alcançar "água que
 passarinho não bebe", ou outro líquido que fosse, ao final dos
dias,quando parassem para o necessário e merecido descanso.

     Como generosidade é item natural no coração desta família,
fui "convidada" a dirigir o carro que teria de retornar a Porto
Alegre, e serviria assim, de apoio por terra, nas paradas
necessárias aos remadores.

     Tudo estipulado, combinado, mapeado, anotado, chegamos
em Cachoeira do Sul   dia 30.03.2011, na sede do Grêmio
Náutico Tamandaré (clube que como atletas, nossos pais
representaram) efomos recebidos com um jantar de
confraternização, onde pudemos estar com os atuais atletas
juvenis do clube, diretoria atual da agremiação, atletas que
conosco fariam a Maratona e também a presença marcante
do Sr. Dante Machado de Oliveira, sócio fundador
do clube e contemporâneo de nossos pais, que aos 95 anos
de extrema lucidez e bom humor,compartilhou conosco
momentos inesquecíveis.

     Dia 31 chegou, e às 05:00 hs da manhã, na sede do
próprio G.N.T  um excelente café da manhã foi servido
aos remadores que iniciariam às 6:00 hs a 5ª Maratona
de Remo de Cachoeira a Porto Alegre - ou 230 km
a remo pelas águas do Rio Jacuí!

      Primeiro trecho, até Rio Pardo, onde pernoitamos e
na manhã seguinte devido a forte chuva, e ondas de
meio metro,houve dúvidas quanto ao prosseguimento
do evento, e consequente atraso na partida rumo a
segunda parada que seria Triunfo-RS. Neste momento,
houve a desistência de dois remadores, um Skiff..
     Pernoite do segundo dia então ficou sendo em
Santo Amaro-RS,de onde sairam rumo a Porto Alegre,
nossos determinados atletas.A chegada prevista para
as 17:30 hs na ilha do Gremio Náutico União, acabou
ocorrendo às 20 horas depois de muito esforço e
alguns contratempos.
     Muita coisa teria a relatar dos bastidores, coisas
engraçadas,causos e estórias vivenciadas, momentos
emocionantes, perigosos, vibrantes e hilários.Quem
sabe me animo e escrevo sobre esses momentos em
uma outra postagem.

     Nestes três dias de convivência harmoniosa, 19 pessoas
estiveram lutando por um objetivo comum, com persistência
e perseverância, superando seus próprios limites e dores,todos
com extrema confiança na equipe e bom humor,companheirismo
e lealdade. Em resumo...venceram esse desafio após 3 dias e
230 km remados à uma média de12 km/hora., Nossos atletas
cinquentões, comprovando, mais uma vez os ensinamentos
recebidos de Amor em tudo!-Garra e persistência,sempre!
 Lealdade e União em cada momento!sem Jamais deixar
de Sonhar!




         Obrigado Buck, Germano e Cyro pelo exemplo deixado!





                   
Parabéns  Nelson Guardiola Meinhardt,  Enéas Guardiola Meinhardt, 
Gustavo Meinhardt, e  Bárbara Guardiola Meinhardt,primos queridos,
por não deixarem o sonho acabar...
Parabéns também  aos companheiros de jornada ,remadores e
apoio, pelos inesquecíveis momentos que passamos juntos.
Com certeza, nos tornamos uma família ímpar.

Remadores: Jorge Peixoto, Cíntia Dias, Lívia Backes,Nádia
Aguiar,Tiago Sheidt da Rosa, Gérson Silva Valdez, Fernando
Sousa Guerra-
 Skiffs: Marcelo Reichelt Nicolau, e
            Luciano Reichelt Nicolau,

Remadores socorristas da última etapa:  Fernando Meinhardt
Peixoto, Marcio Aguiar e Manuela Meinhardt Peixoto
Que bom poder contar com voces!!!!

Apoio em barco: Carlos Machado Kluck
                            Batista Silvino
                            Joel Schroder
                            Elvira Maydana

Agradecimento especial:  Dr.Paulo Lisboa e familia -
Posto Dragão em Rio Pardo pelo Apoio e generosa
acolhida .

Ah! Esqueci de dizer se quiserem ver esta historia na TV,
está tudo documentado, assistam ao Esporte Espetacular
sem data prevista,ainda!

 Equipe da Rede Globo: Regis Rosing - repórter
                                         Rene Polazzo - Editor
                                         Ney Morruda - Cinegrafista e
                                         Paulo Martins - Motorista da RBS e
                                         Anjo da guarda da "totalmente perdida"
                                         Apoio por terra  (Euzinha) rsrs

Assistam no youtube... http://youtu.be/MiuyN3zQTlU       


Pôr-do-sol em Sto.Amaro-RS